domingo, 6 de fevereiro de 2011

O nascimento do Herói de Acção

A década de 80 transformou os filmes com sequências de acção num novo género – o filme de acção. Sylvester Stallone, em 1982, não conseguiu fazer um aceitável thriller acerca de um veterano da Guerra do Vietname não adaptado ao regresso a casa (Rambo – A Fúria do Herói). No entanto, em 1985, a personagem foi transformada num exército de um só homem (Rambo – A Vingança do Herói). Mais tarde, em Rambo III (1988), ele combatia os soviéticos no Afeganistão: John Rambo passou de oprimido a máquina assassina nas sequelas epónimas, e Stallone ganhava cerca de 20 milhões com o filme.

Na mesma altura uma outra estrela ameaçava Stallone – Arnold Schwarzenegger. Apesar do seu sotaque austríaco, capacidade de representação e um espírito de «uma noz com um preservativo»[1], foi contratado em 1982 para fazer Conan o Bárbaro, e dois anos mais tarde representou o papel de robô assassino em Exterminador Implacável. Este último garantiu-lhe o lançamento no mundo de Hollywood.

Os filmes de acção dos anos 80 caracterizaram-se por um estilo bombástico e pelo machismo: explosões, chuva de balas, granadas e acidentes de automóvel, destrutivos como demolições. Os adolescentes tornaram-se o público principal deste género.

Os melhores filmes de acção, nomeadamente, Robocop – O Polícia do Futuro (1987), Assalto ao Arranha-Céus (1988) e Exterminador Implacável (1984 e 1991), são, em termos de dinâmica cinemática, tão perfeitos como as comédias dos anos 20 ou os musicais dos anos 50.

«Tem vinte segundos para obedecer.» Robocop, 1987.




[1] Nas palavras do jornalista Clive James.

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